terça-feira, 14 de setembro de 2010

"Tribuna Livre" - 1ª Edição

A Universidade de Verão 2010 (UV10), organizada pelo PSD, JSD e Instituto Francisco Sá Carneiro, teve lugar em Castelo de Vide, de 30 de Agosto a 5 de Setembro. A UV consiste, essencialmente, numa semana de formação política, em que os dias estão divididos por “aulas” com especialistas de diferentes matérias e trabalhos de grupo, em que cada um destes grupos prepara as questões a colocar a cada um dos convidados e, também, outros trabalhos que vai recebendo ao longo da semana.
O programa (link http://www.carloscoelho.eu/univerao/) contou com a participação de especialistas de Política Internacional (Miguel Monjardino), Ciência Política (Marcelo Rebelo de Sousa), Economia (António Carrapatoso), Solidariedade Social (Padre Lino Maia), História (Luciano Amaral), Comunicação Política (Rodrigo Moita de Deus), Combate à Corrupção (Guilherme d’Oliveira Martins) e Cultura (Francisco José Viegas e Pinto Ribeiro). Todos os referidos estiveram presentes durante o período do dia, sendo que as suas apresentações eram sempre seguidas de perguntas por parte dos alunos. Refira-se, ainda, que à noite existiam os jantares-conferência, cujos participantes foram Leonor Beleza, Miguel Maduro, Jorge Guimarães, Alexandre Relvas e Elvira Fortunato. O critério para escolha destes cinco convidados foi o valor que cada um tem acrescentado a Portugal, devido, essencialmente, à aposta na inovação nas áreas de cada um. Ou seja, serviram estes jantares como montra dos bons exemplos que existem em Portugal. Também as intervenções dos convidados nos jantares eram seguidas de perguntas, por parte dos alunos da UV10.
Como participante da UV10, posso afirmar que esta foi uma experiência muito positiva porque trouxe a possibilidade de ver uma organização muito eficiente, na medida em que tudo é organizado ao pormenor – responsabilidade muito grande do “magnífico reitor” Carlos Coelho – e, ao mesmo tempo, criar um espírito de grupo saudável, o que é raro quando se trata de questões políticas. Esclareço que os 100 participantes da UV10 estavam divididos em 10 grupos, de 10 elementos cada um. As perguntas aos convidados eram dez, o que perfazia uma a cada grupo. Assim, os grupos dividiam os momentos de intervenção de cada participante para que todos interviessem. Uma das regras base da UV é a obrigatoriedade de cada aluno ter, no mínimo, duas intervenções orais durante a semana. Esta exigência prova que ninguém pode passar esquecido pela UV. A excelência desta UV verifica-se também através de outros exemplos: a existência de uma rede de intranet acessível a todos os alunos; o JUV (jornal diário com os acontecimentos do dia anterior); e a UVTV. Todas estas plataformas permitiam uma permanente interactividade entre todos os participantes.
Em último lugar, refiro que estas linhas se trataram de uma breve descrição daquilo que foi a UV10. Breve porque a vivência própria apenas consegue fazer uma completa descrição. Não se trata de uma semana de sonho, mas trata-se de uma semana importante para quem quer ganhar maiores noções de confronto de ideias e clivagens ideológicas e, pelo conteúdo das conferências, até para quem quer ter apenas uma intervenção cívica activa. Intervenção cívica não é intervenção político-partidária, daí que tenham, também, participado vários alunos que não eram militantes do PSD ou da JSD.
Para quem duvida da importância da UV, posso afirmar que a grande diferença que verifiquei entre a ideia pré-feita e a realidade é a seguinte: não se aprende política, discute-se política.



Pedro Roma

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